Alô, estamos falando de outro continente,
onde matam os inocentes,
onde a paz é insurgente,
a arma obediente,
o amor incoerente.
É, de lá mesmo, de depois do Oriente.
Sou eu, a Criança Carente, o Velho, o Indigente, um Indigesto Presidente, sou a Ação e o Agente.
Eu sou a Gente.
Sou Eu, quem vota inconsciente, o Futuro e o Presente.
Eu sou a Juventude Cinza;
as Guimbas, o Perdido;
o Penteado Envaidecido.
As Cinzas, o Pó.
O Cocô do cavalo de um bandido
O Crack do cachimbo de um menor
Eu sou a menina dando por dinheiro,
Eu sou a Carne, o Cafezinho, o Cafetão, o Açougueiro.
Eu sou a Balada de um lado do muro,
e do outro, a Bala da AK.
Eu sou eu, quem tem motivo
mas nunca vai articular.
“ Ele é da década de 10 ”
a pontuação dessa sentença, os meus netos vão me dar.
Eu não sou Branco, não sou Negro
não tenho credo, nem crédito.
Sou personagem inédito,
precisando de emprego;
Não sou verde e amarelo,
não sou vermelho,
sou da cor do espelho.
dos olhos com medo, eu sou magrelo.
Não sou Maria, Carlos, nem Eustáquio.
Não sou o chamado Raimundo.
Eu sou, do ventre do mundo.
Sou a prescrição médica,
a impossibilidade numérica.
Sou eu Terráqueo.
Um comentário:
Mandou bem danado !
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