Um caderno em branco para exposição de pensamentos ligados ao mundo atual, real e imaginário. Os meus e os seus. O que acontece é uma transposição processada, às vezes deixo cruas e nuas, às vezes mal-passadas!
segunda-feira, 1 de março de 2010
O Kop’quinze enquanto vós Colap’seis
O Mundo dormiu na relva sentindo o calor do Sol bater nas suas costas que já estavam nuas, há quem poderia jurar que ele se revoltaria de acordar cada vez mais despido. Pelo contrário! Ele não se importa com isso, ele é maior do que qualquer mesquinharia. Desde que ele possa girar os seus ciclos por toda eternidade metódica, a nudez, assim não seria castigada!
Já passava da meia-volta quando apareceram, assim como um raro câncer no pé, inesperados e improváveis, homens com seus rostos cobertos por véus. Brancos eram os véus de uns, Negros o de outros, e outros tantos amarelos, verdes, vermelhos e azuis. De fato não importava a cor, o fato é que se escondiam por trás deles.
Eram Capitais Capitães Marciais Capiais, cortavam o mal pela metade com suas foices afoitas por justiça cega, eles eram as sinapses marginais de um sistema nervoso e afoito por Capital. Quando encontraram em movimento lento, quase inerte, na grama esse mendigo seminú que em seu corpo ostentava grande riqueza, colares de ouro, pérolas, seios bem delineados, colhões entumecidos, anéis e auréolas de prata, contrastando com partes de extrema pobreza, sujo, leproso, cariado, faminto. E então os ceifadores julgando pelo pior, decidiram que ele,com toda aquela estranheza, não fazia parte daquele ambiente familiar, ataram sua mãos com mangas de camisa, seus pés com meias, jogaram por cima um plástico azul e biodiesel, uma ironia que o Destino havia reservado.
Esses pobres atearam fogo, iniciando assim a maior queimada promovida na face do Mundo, sentiram nos seus peitos uma leve ardência, quase imperceptível, mas essa era a voz que eles insistiam em não ouvir.
Deixaram aquele mendigo queimar, e ele queimou, e após passar por ums profusão daliniana de formas se transformou em massa disforme com pelo e olhos. Enterraram, como fazem com tudo que não entendem. Pois não podiam mais olhar para aquilo.E partiram dalí pra criar mais outros pastos para o seu Rebanho.
O Mundo acordou no escuro, a terra entrava no que antes eram seus poros, olhos, boca, ouvidos, nariz, ele não respirava por ali. Friamente ele supôs:
-Cometeram um engano.
Enterraram o mundo, o deram como morto. Mas o que eles não sabiam era que o Mundo se adaptava, então aquele borrão de cores e ossos que havia sido enterrado foi absorvido para o seio da terra.
O Mundo, deformado por aquela corja, está construindo seu retorno praguejando contra os que caminham em grandes hordas, estúpidas, por cima da terra.
-Eles não deviam ter subjugado minha força natural. Eles cuspiram para o alto, certo. Mas eles não sabem que ao cair, o cuspe trará com ele a grande tempestade que desintegrará como à uma estátua de sal, aquelas caras de “babaca aterrorizado” que eles adoram fazer.
Texto: Th.e_L.aires
Imagens: Salvador Dalí
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5 comentários:
Gostei de viajar com você nesse sonho/pesadelo apocaliptico ambientalista. ;)
O planeta só nos devolve o que damos a ele e ele sobrevive mesmo a os detritos !
O homem seria então labo do próprio homem ?!
sim, sim... como já dizia hobbes.
(pra essa pessoa aqui em cima)
a primeira imagem é show! e o texto também!
ê sono...
é Anônimo(a),e Bruninha! A minha linha guia nesse escrito, foi de tratar o "Mundo" com características "humanas", para evidenciar os nossos atos e seus reflexos em nós mesmos!
por isso esse soco bem dado de Hobbes encaixa assim
Sono? perdi, com tanta coisa me fazendo pensar!
Obrigado, os comentários me alimentam sempre, ao mesmo tempo que me deixam com mais fome!!
Continuem comentando, são mais que bem vindos!
#Reiterando! Imagem nº5 "Canibalismo de Outono"
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